No século V a.C. soldados Ibéricos a soldo dos Púnicos, combatem na Sicília contra os Gregos.  Gregos e Etruscos usavam desde o século VIII a.C. uma espada, a que davam o nome de “Kopis”, considerada terrível, pelos seus efeitos devastadores!

 

  Esta arma passou a ser adoptada também pelos guerreiros Ibéricos, que a apelidarem de Falcata ou Machaira (Makaira).

 

  Esta espada curta esteve muito em voga na Península Ibérica, tendo sido usada até ao século I a.C. era a predilecta dos guerreiros lusitanos.

  

   Estes usaram dois tipos de espada: a Espada de Antenas (comprida ou curta) e a Falcata.

 

   A forma ou feitio da lâmina da Falcata parece original, mas teve uma razão: a fraca qualidade e têmpera do aço provocava a rápida inutilização de uma lâmina quando chocava com outra. Ora a Falcata, com aquele típico feitio, jamais se dobrava, razão pela qual se tornou numa arma terrível.

 

Os romanos temiam-na e Afiano fala-nos dos seus efeitos destruidores!

 

   Os soldados romanos usavam um táctica de combate bastantes característica. Como o aço dos seus gládios era, na maior parte das vezes, manifestamente superior ao das espadas dos seus inimigos “bárbaros”, os legionários, procuravam (depois de lançado o pilum) o combate corpo a corpo, tentando rebater as espadas inimigas, que por serem de pior qualidade se dobravam, tornando mais fácil para os Romanos o êxito da obtenção da morte, e logo da vitória.

 

   Há descrições de batalhas no meio das quais Gauleses aflitivamente, com os pés, tentavam endireitar as suas lâminas!

 

   Coisa que nunca aconteceu com os guerreiros Lusitanos, sobretudo pela arma extraordinária que era a Falcata, pela qualidade do seu aço e desenho.

 

 

 

   A bainha da Falcata era em couro ou madeira, e na qual se inseria uma outra mais pequena.

   A lâmina da Falcata foi sempre sensivelmente idêntica ao longo do tempo, tendo sofrido pequenas variações.

   O mesmo não se pode dizer da empunhadura, a qual variou ao longo dos séculos. Geralmente terminava em pescoço e cabeça de cavalo ou de pássaro, sendo forrada por duas placas ou bolachas de madeira ou osso.

 

   As mais antigas Falcatas tinham o guarda-mão aberto, tendo este com o decurso do tempo e pouco a pouco evoluído no sentido de se tornar fechado.

 

   Ainda hoje nos “KUKRIS” do exército Gurka subsistem resíduos caraterísticos da antiga Falcata.

 

   Encontram-se hoje conhecidos, cerca de 100 exemplares em todo o Mundo, espalhados por museus e coleções particulares, de Falcatas Ibéricas.

 

Texto de José Falcão Garcia