A história da navalha como objecto de corte é universal e antiga. Foram encontrados vestígios em sepulturas ibéricas da II Idade do Ferro e em escavações romanas dos últimos anos do Império.
Não se sabe ao certo a origem deste tipo de indústria na nossa região Oeste, os relatos orais permitem-nos recuar já a 4 gerações, no entanto, entre 1930 e 1940 existiram cerca de uma centena de oficinas de navalhas nas freguesias de Santa Catarina, Benedita e arredores. Chegaram a trabalhar, no total das oficinas , cerca de 250 navalheiros que produziam milhares de navalhas e canivetes por ano.
As oficinas que então existiam, estavam instaladas junto da habitação da família e limitavam-se, na sua maioria, a pouco mais que o próprio mestre e familiares. A atividade de fabricar navalhas era considerada secundária, realizada nos tempos mortos da agricultura ou antes do nascer do sol e depois do pôr-do-sol. A produção era recolhida por vendedores que, de bicicleta, faziam a distribuição para quase todo o território nacional ou, na nossa região, pelo próprio artesão que se deslocava aos mercados, nomeadamente das Caldas da Rainha e de Alcobaça, na altura os centros de comércios mais importantes das redondezas.
Com o avançar do século XX o tamanho das navalhas diminui e regista-se uma grande alteração na tipologia e no seu design. As sucessivas regulamentações restritivas no que diz respeito ao seu uso e fabricação, o surgimento de novos materiais, as mudanças nos gostos estéticos, a aplicação de certas operações e procedimentos do fabrico em série e a diversificação no uso da navalha fazem com que surjam e se consolidem novos modelos, especialmente na segunda metade do século XX.